A recente visita do Presidente do Brasil à Israel, teve grande repercussão no Brasil, mas não se pode dizer o mesmo em Israel uma vez que a imprensa local está muito focada nas eleições parlamentares semana que vem. A declaração amor a Israel feita pelo presidente Bolsonaro em hebraico e o tapete vermelho estendido pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu, demonstram claramente que o relacionamento entre as duas nações nunca foi tão próximo. Se o presidente Bolsonaro vive muitos desafios para conduzir o país em um período que ainda não completou quatro meses de governo o que se dizer de Benjamin Netanyahu? O premier israelense vive um momento turbulento devido as denúncias de corrupção e o desgaste natural de quem permanece há muitos anos no poder. Seus maiores opositores no pleito que se aproxima são ex-integrantes do seu gabinete. Seu principal opositor o General Benny Gantz, líder da coalizão “Azul e Branca”, era até poucos meses o ministro da defesa, função que Netanyahu acumula hoje. Tanto Bibi como Benny são “apelidos” pois eles têm o mesmo nome – Benjamin. Um nome muito comum em Israel, pois representa uma das 12 tribos que formavam Israel. A origem do nome é muito curiosa e é narrada na bíblia. O patriarca Jacó ficou muito triste com a morte de sua esposa Raquel que faleceu ao dar à luz ao filho caçula. Raquel durante o trabalho de parto nomeou o seu filho de Benoni (filho da minha dor). Apesar de abalado com a morte de Raquel, Jacó tomou a decisão, de mudar o nome para Benjamin que significa BEN (filho) IAMIN (destra) – ou seja, filho da direita, força e vigor. Curiosamente, a campanha do partido de Bibi (Likud) na TV, outdoors e mídia social tem como foco associar o seu nome como o candidato da direita com o seguinte slogan “Netanyahu – DIREITA – FORÇA” e complementa dizendo “Gantz – ESQUERDA – FRACO”, embora a coalização de Gantz seja de direita. E agora? Como nós brasileiros e aliançados com o Deus de Israel devemos nos conduzir numa eleição como essa? A virtude não está na esquerda nem na direita. Existem corruptos e mal governantes nos dois lados, a história recente do nosso país está cheia de exemplos. Votar é importante mas orar é fundamental para que o governo de Israel seja um governo de justiça e que não se desvie nem para esquerda nem para direita, mas siga o caminho da verdade que produz vida. Não podemos nos enganar por plataformas midiáticas e rótulos ideológicos. A democracia é um sistema político que em tese respeita a pluralidade o pensamento diferente, exercendo o poder respaldado pela maioria. Por mais romântico e perfeito que isso possa parecer, a voz do povo não necessariamente expressa a voz de Deus. Foi isso o que Deus explicou ao profeta Samuel, quando ele foi pressionado a estabelecer uma monarquia nos moldes das nações ao seu redor. Até mesmo o próprio Senhor respeitou a escolha do povo do Israel por Saul mesmo sabendo que eles os estavam rejeitando e que essa escolha iria trazer graves consequências. 1 Samuel 8:7 - E disse o Senhor a Samuel: “Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles.” Escolhas podem ser traiçoeiras, veja o exemplo de Absalão! Quem não gostaria de ser regido por uma pessoa carismática, comunicativa, que chamava a atenção pelo seu porte físico e ainda por cima era filho do Rei Davi? Poucas pessoas no mundo poderiam ter um currículo como ele. Veja em 2 Samuel 14.25: “Não havia, porém, em todo o Israel homem tão celebrado por sua beleza como Absalão; da planta do pé ao alto da cabeça, não havia nele defeito algum”. Absalão queria o poder a qualquer preço e não tinha fome e sede de justiça. Ele não era movido pelo interesse do reino, mas pelo seu próprio interesse. Muito parecido com alguns políticos que existem hoje no mundo inteiro, bem articulados, inteligentes e simpáticos, mas cujo carisma vem na frente do caráter. Devemos sim orar pelas eleições israelenses, para que a população não caia no engano de optar por candidatos que façam concessões a ponto de corromperem a plataforma de Deus. Normalmente a população israelense toma decisões baseada em preservação de sua segurança em primeiro lugar e em fatores econômicos. Sem dúvida Israel está atravessando um momento economicamente favorável. Fruto de trabalho e das bênçãos de Deus. Entretanto quando o povo acreditar que a segurança econômica e física depende de sua própria capacidade intelectual e tecnológica e não das bênçãos de Deus, o próprio Senhor vai agir e coloca-los debaixo do juízo como foi profetizado nos tempos de Isaias. Isaias 3:4-7 - Porei jovens no governo; irresponsáveis dominarão. O povo oprimirá a si mesmo: homem contra homem, cada um contra o seu próximo. O jovem se levantará contra o idoso, o desprezível contra o nobre. Um homem agarrará seu irmão; um da família de seu pai, e lhe dirá: "Você pelo menos tem um manto, seja o nosso governante; assuma o poder sobre este monte de ruínas! "Mas naquele dia ele exclamará: "Não tenho remédios, não há comida nem roupa em minha casa; não me nomeiem governante do povo". Para eleição de 2019 ao parlamento israelense, concorrem partidos de esquerda, centro e direita. Extremistas, moderados, liberais, conservadores e religiosos. Existem partidos religiosos Sefaradim (judeus provenientes de países do Oriente Médio e norte da África), partidos religiosos Asquenazim (judeu ortodoxos de origem do leste europeu), partido verde, e vários partidos árabes (antissionistas) e partidos com apelo na comunidade russa. Como sempre, uma das questões principais na agenda de todas as eleições que ocorrem em Israel é a chamada solução de dois estados que na prática significa a criação de um estado Palestino. Ou seja, para obtenção de paz com os países árabes e com a autoridade Palestina, cria-se um estado Palestino fazendo de Jerusalém a capital de dois estados. Vários partidos defendem essa posição não só os partidos árabes, mas os trabalhistas e de centro-esquerda. Esse posicionamento é absolutamente inaceitável a luz da palavra de Deus. A Terra Prometida não pode ser dividida, vendida ou trocada. Qualquer solução baseada nessa premissa é contrária as promessas de Deus. Vejamos: Ezequiel 48:14 - "E não venderão disto, nem trocarão, nem transferirão as primícias da terra, porque é santidade ao Senhor." Essa questão é tão importante que até mesmo a batalha do Armagedom será precipitada pelas disputas sobre a terra Joel 3:2 - "Reunirei todos os povos e os farei descer ao vale de Josafá. Ali os julgarei por causa da minha herança, Israel o meu povo, pois espalharam o meu povo entre as nações e repartiram entre si a minha terra." Haverá um julgamento, tanto pela perseguição ao povo judeu no exílio, quanto pelos ataques contra o direito de propriedade da terra de Israel no final dos tempos. Qualquer posicionamento contra o retorno do remanescente a Israel, ou seja, contrário ao sionismo é um posicionamento anti-biblico. Jeremias 16:15 - "Antes dirão: ‘Juro pelo nome do Senhor, que trouxe os israelitas do norte e de todos os países para onde ele os havia expulsado’. Eu os conduzirei de volta para a sua terra, terra que dei aos seus antepassados." Para que Yeshua volte é necessário o cumprimento de muitas profecias e uma delas é o retorno da diáspora dos Judeus remanescentes. É hora da igreja internacional e da comunidade messiânica de Israel orarem conjuntamente com maturidade e intensidade para que nessas eleições, nenhum partido que pregue a divisão da terra ou que seja antissionista, obtenha sucesso.